Baile do Parangolé reúne ativistas de Direitos Humanos marcando os 46 anos de história da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos

Os 46 anos de fundação da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos – SMDH – foram celebrados, na última quarta-feira (12/02), com a energia da temporada de pré-carnaval em São Luís e reuniu associados, amigos de luta e ativismo, parceiros da instituição e a equipe técnica que não poupou purpurina, alegorias e adereços para festejar o direito à cultura e ao bem viver, no já tradicional Baile do Parangolé, realizado no Bar e Restaurante Pedra de Sal – Praia Grande.



A festa marcou ainda o lançamento do EP Bloco Bonito, do poeta, compositor e associado da SMDH, Joãozinho Ribeiro, com quatro faixas já disponíveis nas principais plataformas de streaming.  A inspiração para o novo trabalho foi homenagear o cantor e compositor Tadeu de Obatalá, um dos fundadores do Bloco Afro Akomabu, falecido em 2024.

O cantor e compositor Paulinho Akomabu, também associado da SMDH e integrante do bloco afro, comentou: “É muito legal estar festejando esses 46 anos da SMDH, entidade que tem um papel muito importante na luta por direitos em várias camadas da sociedade, no campo, dentro da história do movimento negro, onde tenho mais proximidade pelo Centro de Cultura Negra, um trabalho desenvolvido junto às comunidades quilombolas, além dos outros espaços que a Sociedade tá atuando. Sou feliz de conhecer e saber que existe a SMDH junto ao povo”, disse.


Paulinho Akomabu gravou a faixa que dá nome ao EP e cantou ao vivo ao lado de Andréa Frazão, também presente na gravação e no palco. Integram ainda o Bloco Bonito os artistas Allysson Ribeiro, Chico Saldanha, Neto Peperi, Rosa Reis e Zeca Baleiro. No Baile do Parangolé, o show contou com a presença de todos, com exceção de Zeca, e a participação especial de Fátima Passarinho, além da banda que gravou o disco.

Outros associados também expressaram a importância da SMDH no fortalecimento e defesa da democracia, como disse a associada Maria Inês Pinheiro. “São 46 anos numa articulação com entidades e parcerias num processo de muita resistência, de contribuição à luta dos povos, à luta dos indígenas, das mulheres, e a capacidade de organizar as redes de proteção. Nesses 46 anos a Sociedade tem se destacado na formação dessa rede de proteção aos defensores de direitos humanos”, ressaltou.

“A sociedade tem um papel muito importante. A gente fez parte da fundação no final da década de 70, na mesma época do Comitê Brasileiro de Anistia. Até hoje a SMDH tem um papel fundamental porque agrega valores e contribui para que a sociedade seja livre, igualitária. Fizemos um bom papel”, pontuou Paulinho Lopes, poeta e compositor.


História de lutas – A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) foi fundada em 1979, em um contexto de luta pela redemocratização do Brasil e defesa dos perseguidos políticos. Desde sua criação, a entidade tem sido referência na promoção dos direitos humanos no Maranhão, atuando contra a violência no campo e na cidade, na defesa do direito à terra e na proteção de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. O trabalho da Organização foi essencial para o reconhecimento da primeira comunidade quilombola do Brasil, o Quilombo do Frechal.

Hoje, tem como desafio na sociedade atual a construção de um projeto político por democracia com poder popular, direitos humanos e bem viver, por meio dos projetos Sementes da Esperança, Defendendo Vidas, Sementes de Proteção, Projeto ONU, “Fortalecendo o Controle Popular Frente à Seletividade Penal” e dos programas de proteção à vítimas e testemunhas ameaçadas e de proteção a defensores e defensoras de direitos humanos. O compromisso é garantir a dignidade humana e combater a impunidade, consolidando-se como uma das principais entidades de direitos humanos do Maranhão e do país.