Caravana Regional de Duque Bacelar promove intercâmbio de experiências entre comunidades e defensores de direitos humanos

Caravana Regional de Duque Bacelar promove intercâmbio de experiências entre comunidades e defensores de direitos humanos

Uma das atividades realizadas durante a programação da Caravana Regional de Duque Bacelar, de 17 a 21 de fevereiro, foi o intercâmbio de experiências comunitárias de resistência entre comunidades.

A atividade foi realizada no dia 20 de fevereiro, no povoado Centro dos Lopes, na zona rural do município, onde os participantes conheceram a realidade da comunidade, que enfrenta conflitos socioambientais com fazendeiros da região. Entre os principais problemas relatados estão a grilagem de terras e a pulverização aérea de agrotóxicos, que contaminam pessoas, rios, solo e vegetação. Segundo uma liderança, a luta da comunidade é pela preservação dos babaçuais que são a fonte de sustento das famílias de Centro dos Lopes e comunidades vizinhas.

As lideranças da região do Baixo Parnaíba Maranhense presentes também compartilharam vivências semelhantes em seus territórios, como Baixão dos Rocha, no município de São Benedito do Rio Preto, que sofre com o impacto do desmatamento e do uso de agrotóxicos, que afetam a agricultura e a caça, principais fontes de subsistência dos moradores. “O rio está contaminado de veneno, o que envenena as árvores, os animais pequenos, mas não podemos deixar de consumir”, afirmou uma liderança. O resultado das resistências elutas foi a garantia de 400 hectares de terra destinados exclusivamente para a Associação dos Agricultores e Agricultoras Familiar do Povoado Baixão dos Rocha, destinada ao plantio da comunidade. 

As famílias do Acampamento Maria Aragão, localizado em Duque Bacelar, há 17 anos a luta pela proteção do território e desenvolve ações de recuperação e preservação do Rio Parnaíba, que sofre com o assoreamento em diversas áreas. “O plantio de árvores às margens do Rio Parnaíba bem como a produção e distribuição de alimentos com base na agricultura familiar e agroecológica são formas de atuar protegendo e defendendo o território e a natureza”, afirmou uma liderança. Após anos de luta e resistência, o Acampamento Maria Aragão e suas 52 famílias, conquistou o cadastro junto ao INCRA para fins de reforma agrária.

Além das trocas de experiências, os participantes assistiram ao documentário produzido pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) sobre o território quilombola de Depósito, reforçando a importância da memória e da resistência na defesa dos direitos territoriais. 

A atividade possibilitou um amplo debate sobre as dificuldades enfrentadas pelas comunidades do Baixo Parnaíba Maranhense, fortaleceu as estratégias de resistência e as redes de solidariedade entre os participantes.

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