Dois anos após o assassinato de Seu Edvaldo Pereira Rocha: a busca por justiça continua
A investigação sobre esse trágico assassinato, de uma importante liderança quilombola, segue em aberto e clamando por respostas sobre quem realmente se beneficiou com sua morte.
29 de abril de 2024, completam-se dois anos desde o trágico assassinato de seu Edvaldo Pereira Rocha, uma importante liderança quilombola nas comunidades Jacarezinho, Bom Descanso e Brejinho em São João do Sóter/MA. Sua execução brutal à entrada de seu território deixou um profundo impacto naqueles que o conheciam, sejam eles membros da militância de direitos humanos, amigos ou familiares. Sua morte prematura gerou indignação e desolação, evidenciando a falta de justiça para os pobres e oprimidos deste mundo.
Dois anos se passaram desde que perdemos uma voz valiosa em defesa dos direitos e da dignidade das comunidades quilombolas. A ausência de seu Edvaldo deixou um vazio que ainda não foi preenchido, um vazio que ecoa a necessidade urgente de justiça e proteção para aqueles que lutam por seus direitos.
Portanto, no dia 29 de abril, é importante lembrar e exigir justiça para Seu Edvaldo. Embora o responsável direto pelo seu assassinato esteja preso, as organizações que têm acompanhado o caso nos últimos dois anos em segredo de justiça sabem o quão difícil foi garantir a prisão do acusado, pressionar para que o inquérito se tornasse um processo, assegurar que as testemunhas fossem ouvidas e, principalmente, evidenciar que o crime contra Seu Edvaldo não foi um ato isolado, mas sim parte de um grave conflito agrário envolvendo as comunidades quilombolas de Jacarezinho, Bom Descanso e Brejinho. Foi um crime premeditado, planejado com o objetivo de semear o terror entre o povo quilombola e fazê-los retroceder em seus direitos.
Nesses dois anos, mesmo diante das adversidades, há sinais de vida teimando. As comunidades Jacarezinho, Bom Descanso e Brejinho continuam resistindo com determinação e dignidade. As mulheres e a juventude quilombolas estão se unindo e se fortalecendo, as comunidades estão estabelecendo parcerias e promovendo ações de solidariedade. Um importante aliado da advocacia popular, a REDE LIBERDADE, assumiu a responsabilidade de investigar a morte de Seu Edvaldo e obteve sucesso na federalização do caso em 16 de abril de 2024. Esses sinais de vida são prova da força e da união dessas comunidades, que não desistem de lutar por justiça e dignidade.
A força na caminhada rumo à justiça e dignidade
Os passos dados pelas comunidades Jacarezinho, Bom Descanso e Brejinho são pequenos, mas expressam a força da luta coletiva. Com parcerias e atuando em rede, estão conseguindo alterar a realidade em que vivem. A união das comunidades quilombolas e tradicionais atuando juntas como região dos cocais, juntamente com o apoio de entidades como a Sala da Cidadania/Diocese Caxias, SMDH, CPT, Fórum Carajás, Movimento Crespos e Cacheados, e outras organizações, tem sido fundamental para continuar avançando nessa caminhada rumo à justiça e dignidade. Essa colaboração e solidariedade fortalecem a resistência e o esperançar em todos, todas e todes.
Um clamor por justiça segue no ar…. Quem mandou matar seu Edvaldo Pereira Rocha?
A busca por respostas sobre o assassinato de Seu Edvaldo continua a ecoar, agora com os autos do processo seguindo para a justiça federal. A pergunta que não quer calar é: quem realmente tinha interesse e quem se beneficiou com o assassinato do Seu Edvaldo? A investigação sobre quem ordenou o assassinato de Seu Edvaldo Pereira Rocha permanece em aberto, clamando por justiça e por uma resposta definitiva.
No dia 29 de abril, será realizada uma celebração em memória dos 2 anos da morte de Seu Edvaldo na capela da igreja católica da comunidade Jacarezinho, às 10h, com a presença de parceiros, seguida de um almoço comunitário.