SMDH disponibiliza dados sobre linchamentos no Maranhão em 2018-19
Vendo o noticiário, um homem e seu filho conversavam. O garoto perguntou ao pai: “se todos os ladrões fossem mortos ficariam apenas os homens bons, não é?”. O pai respondeu: “Não, filho. Ficariam somente os assassinos”.
O diálogo ligeiro e carregado de sabedoria acima explica por que recorrer à justiça com as próprias mãos nunca é a melhor saída: linchadores, em geral, cometem um crime pior do que os que supostamente combatem.
A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) faz, historicamente, o acompanhamento de crimes violentos letais intencionais (CVLI), tentando contribuir, através de estudos, para a formulação de políticas públicas de combate à violência, sobretudo institucional.
De uns anos para cá é crescente o número de ocorrências de linchamento, algumas resultando em óbitos. Apesar de vermos uma queda no cômputo entre 2018 e 2019, os números ainda são assustadores. Em geral, as motivações para o linchamento, infelizmente ainda entendido por muitos como “fazer justiça”, são as mais fúteis, inclusive pela impossibilidade do direito de defesa, um dos pilares do Estado Democrático de Direito.
Em 2018 foram 22 linchamentos no Maranhão e 14 no ano seguinte, conforme as fontes consultadas (veículos de imprensa e dados oficiais da Secretaria de Estado da Segurança Pública). Os dados foram compilados pelo advogado Diogo Cabral e pelo historiador Wagner Cabral, sócios da SMDH.