SMDH participa da Feira Estadual da Reforma Agrária: Seminário “Luta pela Terra na Amazônia”

A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) marcou presença no dia 14 de setembro de 2024 no Seminário “Luta pela Terra na Amazônia”, um dos destaques da Feira Estadual da Reforma Agrária “Manoel da Conceição”, promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Solar Cultural da Terra, em São Luís. O evento contou também com a participação de organizações como MOQUIBOM, FETAEMA, MIQCB e MST.

Durante o seminário, os participantes debateram a importância da luta pela democratização da terra, a proteção dos territórios tradicionais, e a garantia de políticas públicas que assegurem direitos. Destacou-se, ainda, a necessidade de um meio ambiente saudável e a garantia dos direitos humanos tanto no campo quanto nas áreas urbanas.

O último dia do evento foi intenso, com um debate centrado no tema “A luta pela terra na Amazônia: conflitos agrários e ambientais”. As organizações e movimentos presentes ressaltaram que o Maranhão foi o estado que mais desmatou em 2023, apontando os grandes impactos na biodiversidade e o envenenamento dos territórios devido à expansão da monocultura e ao uso excessivo de agrotóxicos. A nova lei de terras aprovada pela Assembleia Legislativa do Maranhão foi criticada como um grande obstáculo para os territórios e a revogação dela se fez urgente.

Além do seminário, a Feira Estadual da Reforma Agrária, que ocorreu de 12 a 14 de setembro na Praça Deodoro, foi uma grande celebração da agricultura familiar no Maranhão. O evento teve como objetivo compartilhar com a cidade a produção dos acampamentos e assentamentos maranhenses, oferecendo desde alimentos livres de agrotóxicos até comidas típicas no espaço “Culinária da Terra”.

A feira também contou com a inauguração do novo espaço do Armazém do Campo e o “Festival por Terra, Arte e Pão”, que trouxe atrações culturais durante todas as noites, incluindo um show especial em comemoração aos 40 anos do movimento. Entre os artistas presentes estavam grandes nomes da cultura popular maranhense, como Joãozinho Ribeiro, César Teixeira, Dicy, o Bumba Meu Boi de Leonardo e Raiz Tribal.

Gilvan dos Santos, da direção nacional de produção do MST no estado, enfatizou que a feira vai além da comercialização: “Esse é um momento de festa, mas também de partilha e troca de conhecimentos. Tudo isso só é possível graças à resistência de famílias que lutam pela reforma agrária e produzem alimentos saudáveis nos mais diversos territórios do Maranhão, mostrando a força da agricultura familiar.”

O evento foi aberto ao público com um ato político de abertura, que contou com a presença de João Pedro Stédile, dirigente nacional e um dos fundadores do MST, além de representantes dos governos municipal e estadual, organizações e movimentos sociais.

A programação da feira incluiu oficinas, rodas de conversa, lançamento de livros, práticas integrativas de autocuidado e a apresentação das iniciativas e avanços do MST no estado, demonstrando o compromisso contínuo pelos direitos dos trabalhadores rurais e a defesa do meio ambiente.