Nota de pesar e solidariedade: Claro Ferreira da Costa (12/3/1931-4/8/2021), líder quilombola

A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) e o Fórum em Defesa da Vida no Baixo Parnaíba Maranhense manifestam pesar e solidariedade pelo falecimento do senhor Claro Ferreira da Costa, conhecido por todos como Seu Claro, liderança popular na Comunidade Quilombola de Saco das Almas, ocorrido hoje por volta de meio-dia, no município de Brejo/MA.

Sua combatividade e participação em movimentos sociais foram lembradas por diversas lideranças locais. “Era um guerreiro que lutava pelos seus direitos e de seu povo”, afirmou Sebastiana Garreto, da Pastoral Diocesana de Educação. “Seu Claro era memória viva da luta e resistência do povo negro desta região contra a violência e a opressão. Que os bons espíritos o guiem nessa nova jornada”, desejou José Maria, do Conselho de Pastoral de Pescadores.

“Seu Claro, como era conhecido, era expressão viva da resistência contra a escravidão, mas, sobretudo resistência às violações de direitos humanos de todos os quilombolas. Seu Claro, presente!”, manifestou-se Roseane Gomes Dias, assistente social e coordenadora de projetos da SMDH.

O advogado Luís Antonio Pedrosa manifestou-se em uma rede social: “Histórica liderança quilombola do Maranhão, lutou até os últimos dias pela titulação do território, um dos mais importantes do país”.

Também conforme o assessor jurídico da SMDH, Saco das Almas é o único caso de terra de comunidade negra obtida mediante prestação de serviços guerreiros durante a Balaiada. A terra foi desapropriada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 1975 e loteada, sendo desde então palco de muitos conflitos.

“Dizem os antigos que Seu Claro chegou a ir a pé até São Luís e Bacabal em busca de solução para os conflitos com fazendeiros locais. Respondeu a vários processos, denunciou a violência e exigiu até o fim a recomposição do território coletivo, intrusado por fazendeiros”, continuou Pedrosa.

“Que a coragem de seu Claro e seu testemunho nos fortaleçam na luta por terra, direitos e justiça. Que Deus acolha o nosso irmão”, sacramentou Dom José Valdeci, Bispo de Brejo.

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